Apesar de “A Máquina de Lembranças” ser apresentado como um filme de ficção científica, a mensagem por trás de sua história é muito mais profunda. Pessoalmente o classifico como um drama com pitadas de investigação policial. Muitos filmes utilizam-se dessa fórmula, que parece ter funcionado novamente desta vez. Lançado em 2017 sob o nome Rememory, o filme apresenta um grande quebra-cabeças que vai sendo montado conforme a trama vai se desenrolando. Se você gosta de filme inteligentes, aqui temos um bom exemplo. O trailer você confere aqui.A premissa do filme segue pela história de Sam Bloom (interpretado por Peter Dinklage), um jovem que acaba sobrevivendo a um acidente de carro em que perde seu irmão. Atormentado por não conseguir se lembrar das últimas palavras de seu irmão e em busca de respostas, Bloom conhece Dr. Gordon Dunn (interpretado por Martin Donovan), um renomado cientista que trabalha para uma empresa de tecnologia. Bloom encontra esperanças para sua busca quando, assiste o Dr. Dunn anunciar o lançamento de um dispositivo que grava e reproduz memórias humanas. Lamentavelmente este cientista é encontrado morto em seu escritório, por sua esposa Carolyn Dunn (Julia Ormond) e Bloom, de forma misteriosa, acaba se envolvendo nesta investigação.
Chega a ser elementar o fato que, apesar de ser um filme de ficção científica e claro, se tratar também da dita máquina que grava e reproduz lembranças, a mensagem a ser tirada da obra seja na verdade outra: “Não sabemos o real valor de um momento até que ele se torne uma memória”. Para que a trama seja compreendida e esta mensagem se torne evidente, o diretor Mark Palansky e o roteirista Michael Vukadinovich se utilizaram de elementos fantásticos para apresentar sua mensagem. Quanto a atuações, o destaque vai para Peter Dinklage, que brilhantemente conduz a história repleta de flashbacks e recortes, levando-nos a um final surpreendente. O elenco também conta com a participação de Martin Donovan, Evelyne Brochu e Henry Ian Cusick.
Um trecho que merece destaque:
“Definimos nossas vidas com nossas lembranças. Quem somos em um dia específico é resultado de lembranças de dias anteriores. Mas lembranças são elásticas, maleáveis, muitas vezes mercuriais. Penso na minha vida, como uma soma das minhas lembranças. Como todo homem, fiz coisas pelas quais me culpo. Sinto dor, por tantas coisas, pelas coisas mais detestáveis. Lembranças de felicidade verdadeira fazem a vida valer a pena, mas, às vezes, se perdem na vastidão das ruins. Não somos nada além das lembranças que guardamos… Lembranças de grande alegria, tristeza profunda, gratidão, orgulho, luto, desespero, remorso, paixão, arrependimento, arrependimento, arrependimento. Mas as lembranças mais fortes que carregamos são as de amor. E, finalmente… esperança.”