As coisas que você só vê quando desacelera

Neste mundo caótico que vivemos, você já parou pra pensar em tudo que passa diante de nossos olhos e que nem sempre prestamos atenção? E mais: as coisas que até conseguimos ver, mas justamente por estarmos tão apressados não damos a devida importância…

Lançado em 2012 e escrito pelo mestre zen-budista sul-coreano Haemin Sunim, “As coisas que você só vê quando desacelera: Como manter a calma em um mundo frenético” é um desses raros e tão necessários livros para quem deseja tranquilizar os pensamentos e cultivar a calma e a autocompaixão, já que talvez estes sejam os ingredientes essenciais para enxergarmos o mundo que está à nossa volta, a gente vendo ou não. O autor consegue, de maneira única, nos apresentar as possíveis raízes para muitos dos problemas que estamos tão acostumados a nos ater.

O livro é repleto de conselhos, reflexões e breves análises sobre inúmeros enfoques, que são conduzidos na forma de uma leve, tranquila e delicada. O autor teve o trabalho e o cuidado de escrever não apenas para budistas e sim para o público em geral, o que faz com que a leitura seja bastante agradável. Em oito capítulos, Haemin Sunim trata de vários aspectos da vida – de amor e amizade a trabalho e aspirações – e de como a prática da atenção plena pode nos ajudar com cada um deles.

Sobre a obra, bem, vejamos o que andaram falando dela por aí:

“Cheio de pérolas de sabedoria, este livro vai animar seu coração e elevar sua alma.” Tara Brach

“Um livro para os dias de hoje, repleto de verdades universais, lindamente escrito e ilustrado. Cada parágrafo possui a própria semente, que cria raízes para a sabedoria mais profunda e atemporal. Uma obra para se ter sempre à mão.” – Mark Williams, coautor de Atenção plena

“Perfeito para os leitores que desejam um descanso de suas vidas atarefadas e destes tempos tumultuados. Sunim evoca uma calma convicção em sua filosofia que lembra o poeta Kahlil Gibrar.” – Publishers Weekly

Uma reflexão que o autor faz quando nos deparamos com a pressa que está ao nosso redor:

Quando tudo ao meu redor está indo rápido demais, eu paro e me pergunto: “O mundo é agitado ou será que é a minha mente?”

Ainda no prólogo, o autor recomenda que o livro seja lido de forma pausada e não de uma só vez, como estamos acostumados a ler um romance:

Algumas pessoas devoraram este livro, como fariam com um romance. No entanto, eu recomendo que você leve o tempo necessário para refletir sobre o que acabou de ler antes de avançar. Você vai apreciar melhor os capítulos e encontrar significados mais profundos se passar por cada um deles devagar. Sinta-se livre para fazer anotações nas margens ou grifar as partes que fizerem mais sentido para você. Desejo que o tempo dedicado a este livro se torne um momento de reflexão e meditação em meio à sua vida agitada. Desejo que o inspire a se conectar com seu lado mais generoso e sensato. Que você seja feliz, saudável, tranquilo e esteja sempre protegido do sofrimento.

O livro é nos faz você refletir sobre a maneira como estamos levando a nossa vida. Em um certo momento, Haemin Sunim reproduz uma citação de Mahatma Gandhi que vale a pena ser relembrada a todo momento:

Mantenha seus pensamentos positivos, pois seus pensamentos se tornam as suas palavras. Mantenha suas palavras positivas, pois suas palavras se tornam os seus comportamentos. Mantenha seus comportamentos positivos, pois seus comportamentos se tornam os seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, pois seus hábitos se tornam os seus valores. Mantenha seus valores positivos, pois seus valores se tornam o seu destino.

Outros trechos que merecem menção:

Quando cometer um erro, apenas se pergunte o que deve aprender com ele. Quando aceitamos essas lições com humildade e gratidão, evoluímos na mesma medida.

Se eu tivesse que resumir a vida da maioria das pessoas em poucas palavras, diria: resistência interminável em relação ao que se é. Ao resistir, estamos em constante movimento, tentando nos ajustar, e mesmo assim continuamos infelizes em relação ao que somos. Se eu tivesse que resumir a vida de uma pessoa iluminada em poucas palavras, diria: completa aceitação do que se é. Ao aceitarmos aquilo que somos, nossa mente fica relaxada e serena enquanto o mundo se transforma depressa ao nosso redor.

Conhecemos o mundo apenas pela janela da mente. Quando a menta está agitada, o mundo também está. Quando a mente está em paz, o mundo também está. Conhecer a nossa mente é tão importante quanto tentar mudar o mundo.

Para ser feliz, não é necessário grande esforço. Em vez disso relaxe no momento presente e encontre humor na sua vida. Com bom humor, a vida se torna mais leve e prazerosa. E o riso sempre leva as pessoas a experimentarem fraquezas e alegria.

Está se sentindo inquieto e deprimido? Então olhe para o rosto de uma criança adormecida por um minuto. Você logo vai sentir as ondas de paz.

Se você esperar ser sempre confortado pelos outros sentirá o peso dessa necessidade. Se tiver uma necessidade constante de ser ouvido, ninguém poderá satisfazê-la por completo. Em vez de buscar conforto nos outros, conforte-os e escute o que as pessoas ao seu redor têm a dizer. No processo de ajuda, você será curado.

Nossa consciência deseja dinheiro, poder, prestígio, mas nosso inconsciente deseja amor altruísta, harmonia, humor, beleza, sacralidade, paz e aceitação.

O mundo é experimentado de acordo com o estado mental de cada um.

Haemin Sunim é escritor e um dos professores de zen budismo mais influentes da Coreia do Sul, país onde seus livros venderam mais de 3 milhões de exemplares e são considerados obras populares não apenas para meditação, mas para superar os desafios da vida cotidiana.