Mesmo quem não gosta de ir à praia, mas que mora no litoral, certamente já deve ter avistado algum barco ou mesmo embarcação, seja de pescadores ou mesmo navios de carga. Em cidades portuárias, tal fato é rotineiro, correndo diariamente. O vai e vem de barcos pesqueiros é igualmente cotidiano. Estes profissionais vivem da pesca e do que trazem do alto mar. Mas a vida em torno disso não parece ser nada fácil. Aliás, penso que seja bastante penosa, afinal depender exclusivamente do que o mar oferece pode ser perigoso. Os perigos, neste caso, são diversos. Talvez o mais preocupante seria o próprio mar, o mesmo que encanta e que afoga. Em “O Velho e o Mar” de Ernest Hemingway, somos levados a conhecer um pouco sobre a difícil trajetória de um pescador. A obra é dotada de uma profunda mensagem de fé e esperança de um homem e de sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete, conseguindo seguir adiante, em novos caminhos, mesmo que estes sejam em alto mar.
Publicado originalmente em 1952, sob o título “The Old Man and the Sea”, O Velho e o Mar é certamente a obra mais conhecida do autor norte-americano Ernest Hemingway, vencedor do Nobel de Literatura. É também o título mais vendido de Ernest Hemingway no Brasil, tendo sido agraciado com o Prêmio Pulitzer, em 1954. O Velho e o Mar foi o último livro de Hemingway publicado durante a sua vida.
O livro nos apresenta Santiago, um velho pescador, que depois de muitos anos na profissão, faz tempo que não apanha um único peixe. Muitos até o chamam azarento justamente por isso. Mas Santiago é um destemido pescador, corajoso e por acreditar tanto em si mesmo, parte sozinho para alto-mar, munido de uma certeza interior que o guia, dando-lhe provas de que desta vez ele bem-sucedido na pesca. Conheceremos um pescador que aprendeu a conviver com a solidão, falando consigo mesmo, vislumbrando seus sonhos e pensamentos, um homem que luta por sua sobrevivência e que tem uma inabalável confiança na vida.
Algumas frases que aparecem durante a obra e que merecem citação:
Um homem pode ser destruído, mas não derrotado.
Cada dia é um novo dia. É melhor ter sorte. Mas eu prefiro fazer as coisas sempre bem. Então, quando a sorte chegar, estarei preparado.
Agora não há tempo para pensar o que você não tem. Pense no que pode fazer com o que tem.
É uma estupidez não ter esperança, pensou. Além disso acho que é um pecado perder a esperança. Mas não devo pensar em pecados. Já tenho problemas demais param começar a pensar em pecados. Para dizer a verdade, também não compreendo bem o que são os pecados.
Não os compreendo nem sei bem se acredito neles. Talvez fosse um pecado ter matado o peixe. Suponho que sim, embora a carne fosse para me conservar a e para alimentar muita gente. Mas então tudo é pecado. Não pense no pecado, meu velho. É demasiado tarde para isso e há pessoas cujo ofício é esse. Deixe que sejam eles a pensar nos pecados. […] Além disso, pensou, “tudo mata tudo de uma maneira ou de outra.
Aproveito pra deixar aqui uma bela obra de animação, baseada em O Velho e o Mar. Vale a pena conferir. Ela pode ser conferida aqui.
Ernest Hemingway é um dos pilares da literatura contemporânea mundial. Nasceu em 1899 em Oak Park, Illinois, e começou a escrever aos 18 anos para um jornal. Quando os Estados Unidos entraram na Primeira Guerra Mundial, Hemingway alistou-se como voluntário, tornando-se motorista de ambulância para o Exército da Itália. Após ser ferido, ele recebeu uma condecoração do governo italiano. Ao retornar aos Estados Unidos, esteve trabalhando como repórter para jornais americanos e canadenses, e então voltou para a Europa, cobrindo eventos como a Revolução Grega. Durante os anos 1920, tornou-se membro do grupo de expatriados americanos em Paris, o qual ele descreveu em seu primeiro livro, O sol também se levanta (1926). Suicidou-se em Ketchum, Idaho, em 1961.