O Caderno de Tomy

A agonia do fim a vida, imposta por um câncer é algo indescritível. Estando nesta condição, todos acabam, de alguma forma, cedendo à tristeza, lamentações e questionamentos sobre a vida e a morte. Todos, vírgula. A personagem principal de “O Caderno de Tomy” (El Cuaderno de Tomy, no original), aqui decide que seu filho de 4 anos ainda pequeno terá uma recordação bastante peculiar sobre sua vida: um caderno. Sim, um caderno repleto de conselhos, dicas e breves relatos sobre a vida. Enquanto ela o escreve, divide o tempo entre medicações, o seu marido, o ambiente hospitalar e a narrativa de sua história diária em sua timeline do Twitter. Lá, ela publica seus anseios, angústias e descobertas acerca de sua condição terminal, com emoção e um humor sarcástico que a caracteriza. O público, seus seguidores, vão, dia a dia, acompanhando o desfecho desta terrível história.

Lançado em 2020, o longa argentino O Caderno de Tomy é baseado na história real de María ‘Marie’ Vázquez, narrada no livro argentino best-seller “O Caderno de Nippur”, escrito por ela mesma e editado pelas suas amigas escritoras Melina Pogorelsky e Mariana Eva Pérez. Após ter se tornado um sucesso de vendas na Argentina e no mundo, a Netflix resolveu adaptar sua comovente história para um longa, nomeando-o como “O Caderno de Tomy”. Vale ressaltar ainda que o perfil de María ‘Marie’ ainda continua lá no Twitter com parte de sua história em formato digital para quem quiser acompanhar.  Infelizmente, Marie faleceu aos 43 anos, no dia 21 de abril de 2015, cerca de sete meses após a cirurgia que havia realizado.

O roteiro de O Caderno de Tomy nos apresenta Maria “Marie” Vázquez (Valeria Bertuccelli), casada com o amoroso Sebastián (Esteban Lamothe). Marie está morrendo de câncer e decide transpor seu cotidiano e reflexões sobre a vida e sobre sentimentos para seu filho Tomy (Julián Sorin), de apenas 4 anos. O objetivo de tal tarefa é relativamente simples, mas ao mesmo tempo triste e angustiante: fazer com que seu filho não se esqueça dela e nem do amor que ela sente por ele.

O longa conta com uma bela produção e direção, sendo comovente, sensível e empático. Conta ainda com boas atuações, conseguindo conduzir uma história dramática sem tanto melodrama, enfatizando no que é realmente importante: o amor presente na família, nos laços familiares e na importância dos amigos.

A direção e roteiro ficam a cargo do cineastra argentino Carlos Sorin. O elenco conta com Valeria Bertuccelli, Esteban Lamothe, Julian Sorin, Mauricio Dayub, Malena Pichot, Catarina Spinetta, Carla Quevedo, Anita Pauls, Mónica Antonópulos, Paola Barrientos, Ana Katz, Romini Richi, Diego Gentile, Diego Reinhold e Beatriz Spelzini.

O Caderno de Tomy está disponível na Netflix. O trailer pode ser conferido aqui.