Encantamento: sobre política da vida

Estamos diante de um momento único na história da humanidade. Em um momento em que a pandemia causa horror e morte a nós e aos nossos entes queridos. Diante de tal cenário, a dupla Luiz Antonio Simas e Luiz Rufino nos traz o livro “Encantamento: sobre política da vida”, publicado pela Mórula Editorial.

Lançado em 2020, a obra de Simas e Rufino vai no sentido contrário da frase do presidente. O Brasil precisa, sim de fato, ser desfeito.

A sinopse oficial nos dá um vislumbre do que virá em seguida:

Enquanto o processo colonizador gera “sobras viventes”, seres descartáveis, alguns conseguem virar sobreviventes – que podem virar “supraviventes: aqueles capazes de driblar a condição de exclusão, afirmando a vida como uma política de construção de conexões entre o ser humano e a natureza”. Em tempos de pandemia, este ensaio levanta um conjunto de estratégias e táticas para que saibamos atuar nas batalhas árduas e constantes da guerra pelo encantamento do mundo, encantamento este que vem sendo ao longo do tempo trabalhado como uma gira política e poética que fala sobre outros modos de existir e de praticar o saber. Um manifesto a favor de uma “política de vida”, em contraponto à “política de morte” que temos visto em nossa sociedade.

Já de início, a obra esclarece:

No mundo atual, a necessidade de estar conectado é da ordem do dia. Conectar é expressão dicionarizada como ato de fazer uma ligação entre um computador, a internet ou algum dispositivo — como uma impressora. Pode também se relacionar às ligações que envolvem circuitos elétricos. Mas conectar é verbo transitivo direto que, de forma bem mais ampla, representa a agregação de diversos elementos em busca de objetivos comuns. Reconectar, neste sentido, é refazer conexões que foram perdidas.

Simas e Rufino afirmam que

O Brasil como estado colonial, foi projetado pelos homens do poder parar ser excludente, racista, machista, homofóbico, concentrador de renda, inimigo da educação, violento, assassino de sua gente, intolerante, boçal, misógino, castrador, faminto e grosseiro. Somos em parte isso tudo, não? Neste sentido, desconfiamos que nosso problema não é ter dado errado. O Brasil como projeto, até agora, deu certo.

O autores são taxativos ao dizer que

Cabe entender encantamento como ato de desobediência, transgressão, invenção e reconexão: afirmação da vida, em suma.

A obra está disponível gratuitamente em todas as lojas virtuais, bem como no site da Mórula Editorial.

Luiz Antônio Simas é carioca, botafoguense, filho de pai catarinense e mãe pernambucana. Trabalha como professor de História e faz pesquisas sobre culturas populares do Brasil. É autor de diversas obras, entre elas, “Almanaque Brasilidades”, “Pedrinhas miudinhas: ensaios sobre ruas, aldeias e terreiros”, “Ode a Mauro Shampoo e outras histórias da várzea” e “O corpo encantado das ruas”.

Luiz Rufino é carioca, filho de pai e mãe cearenses, pedagogo, doutor em Educação pela UERJ, pós-doutorado em Relações étnico-raciais, aprendiz de capoeira e curimba. É professor e autor de “Histórias e Saberes de Jongueiros”, “Pedagogia das encruzilhadas”, entre outros.