Enforcement

Entendo que o cotidiano de um policial não deve ser tarefa fácil. Aliás, considero que dinheiro nenhum do mundo paga o preço de colocar a vida em risco todos os dias, nas condições que sabemos bem que muitos deles, diariamente se submetem. Claro que, não é em todo lugar do mundo que a polícia passa “apertos”. Óbvio que existem lugares que, devido a diversos fatores (culturais ou não), a rotina policial não é tão perigosa, mas vamos combinar que isso é raridade quando nos vemos em uma sociedade com tantas mudanças, conflitos e ataques. O lugar que hoje era seguro, amanhã pode não ser mais.

A própria sensação (e noção) de segurança já é alvo constante, além ser incessantemente discutida. Porém existe o outro lado e aquela dúvida sempre costuma aparecer: será que precisava agir com tal violência, tal força? Precisava lidar naquela situação daquele jeito? Os olhos que observam ações policiais sempre estão direcionados no poder que a polícia emprega e como atua junto da comunidade em que está inserida.

A truculência e abusos têm se tornado constantes e “Enforcement” (Shorta, no original) vem lançar luz sob esta discussão. Algo realmente necessário, diga-se de passagem. Em alguns momentos nos recordamos do premiado Dia de Treinamento, com Denzel Washington em um dos papéis principais.

O longa dinamarquês de ação e de 2020 nos coloca em meio a uma jornada de trabalho de dois policiais que vão “comer o pão que o diabo amassou com o rabo”. Temos a impressão que aquele é um dia vivido pelos dois é mais comprido que os outros dias, dadas as condições que a dupla acaba se envolvendo. Temas como tolerância, diferenças, multiculturalismo também são igualmente tratados durante o filme. Vale a pena conferir! O trailer pode ser visto aqui.

O roteiro nos apresenta os policiais Jens Høyer (Simon Sears) e Mike Andersen (Jacob Lohmann) que patrulhavam o gueto de Svalegården, perto de Copenhague, quando ouvem no rádio que Talib Ben Hassi (Jack Pedersen), de apenas 19 anos, havia morrido sob custódia policial, mas as circunstâncias exatas da morte não são claras. Tal notícia se espalha e desperta grande raiva entre os jovens do gueto e agora tais jovens querem vingança e a situação vai se tornando incontrolável. Caçados pelos jovens, a dupla de policiais está bem no meio da ação, tendo que lutar por suas vidas.

Uma curiosidade que vale ressaltar é que o eles rodaram todo de uma única vez, em tempo real. Vale informar ainda que a polícia na Arábia Saudita é chamada de “Shorta”, mas também a polícia em árabe em geral. A região de Svalegården, perto de Copenhague, é um gueto fictício, mas o nome utilizado (Svalegården) se traduz como “fazenda de andorinhas”.

O longa foi dirigido por Anders Ølholm e Frederik Louis Hviid, que também assinam o roteiro. O elenco traz Jacob Lohmann, Simon Sears, Jack Pedersen, Tarek Zayat, Issa Khattab, Özlem Sağlanmak, Arian Kashef, Josephine Park, Dulfi Al-Jabouri, Michael Brostrup, Abdelmalik Dhaflaoui, Mads Rømer, Lara Aksoy e Mickey Nørregaard.