A Pura Verdade

 A Pura Verdade (2018) on IMDb
“Uma encenação da peça Henrique VIII de Shakespeare aconteceu no Globe Theatre. Ela foi promovida sob o título alternativo de: A Pura Verdade. Durante o primeiro ato, cena 4 da peça, um canhão cenográfico deflagrou um incêndio, o Globe Theatre foi destruído pelas chamas. William Shakespeare nunca mais escreveu outra peça.”

Este é o preâmbulo do filme “A Pura Verdade” (All Is True), lançado em 2018 e que conta um pouco da vida do notável William Shakespeare. Com a direção de Kenneth Branagh, roteiro de Ben Elton, este drama histórico / biográfico cativa pela simplicidade e leveza com que trata de momentos profundos e melancólicos da vida deste que é considerado por muitos o maior dramaturgo que já existiu. O elenco é composto por Kenneth Branagh, Judi Dench, Ian McKellen, Kathryn Wilder, Lolita Chakrabarti, Michael Rouse, Jack Colgrave Hirst, Matt Jessup, Eleanor de Rohan e Doug Colling. O trailer pode ser assistido aqui.

A trama se passa em 1613. Depois do desastroso incêndio no The Globe, o célebre escritor e dramaturgo inglês William Shakespeare (Kenneth Branagh) dá por encerrada a sua carreira, deixando Londres para trás e retornando para sua cidade-natal, Stratford-upon-Avon. Com sua volta ao lar, Shakespeare terá que encarar de frente inúmeras e profundas reflexões sobre suas relações familiares, erros e acertos cometidos, bem como a morte de seu filho de 11 anos e sua ausência como pai e marido. É neste cenário que ele escreverá suas memórias, enquanto tenta se reconciliar com a família.

O filme nos apresenta importantes reflexões sobre a importância das coisas a nossa volta e seu papel em nossa vida. Um trecho que merece lembrança está a seguir:

“Já não temas o calor do sol, nem a ira do raivoso inverno. Ao fim do trabalho terreno, vem descanso sereno, e o merecido soldo eterno. Rapazes e moças em ouro guarnecidos, como o pó nas chaminés, pelo tempo são consumidos. Já não temas o olhar dos poderosos estás livre dos golpes do tirano. Não se preocupe com roupas e alimentos, para vós, o junco é soberano. O rei, o sábio, todos enfim seguem sua sorte e um triste fim. Já não temas os raios e afins nem as pedras do céu temidas por todos não temas a calúnia, a censura sem fim. Acabaram-se as alegrias e todos os louros. Jovens amantes vêm, jovens amantes vão, mas um dia é certo, ao pó voltarão.”