O filme se passa em Valência, na Espanha, onde um cadáver é encontrado no rio Turia com sinais de alguma cerimônia antiga ou ritual. A investigação deste crime irá elucidar eventos sombrios do passado e que irá respingar nos mais poderosos da cidade. Valência também é onde vive Q (Pedro Alonso), um ex-jornalista que se converteu em um escritor de livros de romances policiais. É um homem de sucesso e bastante respeitado por seus fãs. Entretanto, na vida real, Q cruzou a fronteira entre ficção e realidade, sendo portanto um psicopata que mata a sangue frio. Dono desta compulsão, ele a transpõe para seus romances, detalhando seus atos, como se fossem pura ficção. Será que existe alguma relação de Q com o corpo encontrado no rio? Quais os desdobramentos de tal crime?
Impossível não notar que Q é uma espécie de Dexter Morgan (outro personagem da TV bastante peculiar e que compartilha do mesmo desejo de matar), sendo que Q é consumido pelo ódio gratuito e diferente de Dexter, gosta de tornar público suas façanhas, transformando-as em livros, ganhando notoriedade e fazendo fama em cima disso. Esta talvez seja a grande diferença: Dexter tinha um “código” a seguir e fazer publicidade certamente não era um deles.
Em todo o caso, após percorrer anos assistindo La Casa de Papel, impossível não buscar na atuação de Pedro Alonso, traços de seu outro personagem, tão amado e querido por todos. O clima que circunda Q lembra um pouco Berlin e certamente os fãs da trupe de assaltantes irá gostar da trama.