Brexit

 Brexit (2019) on IMDb
Quando países se reúnem com um objetivo com um fim comum são criados os chamados “blocos”. Mercosul, Alca, União Europeia são alguns exemplos. Em alguns casos, moedas e economias acabam se misturando e, em alguns casos elas se unificam. Foi o que aconteceu com a UE que reuniu (e ainda reúne) a maior parte dos países europeus. Mas nem todos são a favor. Alguns pensam que tais manobras são uma ameaça à cultura, ao convívio, ao estilo de vida. Certas pessoas, por medo ou desconhecimento, preferem manter a realidade como está sem grandes mudanças (algo que a unificação em um bloco acaba exigido de todos os envolvidos). A soberania nacional, sob o olhar preocupado dos mais conservadores, pode correr risco.

O longa britânico “Brexit” (Brexit: The Uncivil War, no original), lançado em 2019 e feito em parceria com Channel 4, BBC Studios e House Productions, narra uma das decisões mais recentes quanto ao tema. Em seus 92 minutos, o diretor Toby Haynes tenta esclarecer o que significou o processo de saída do Reino Unido da União Europeia. O roteiro é centrado no papel de Dominic Cummings, o marqueteiro acusado de manipular as redes sociais a fim de apontar a vitória do Vote Leave – campanha favorável à saída britânica da UE.

O desenrolar da história conta o início e a força das campanhas Vote Leave (que era favorável à saída do Reino Unido da UE) e Remain (que apoiava a permanência do Reio Unido no bloco). As ações destas duas campanhas começaram em 2016, na época em que ocorreu o primeiro referendo, que perguntou aos cidadãos britânicos se eles gostariam que o Reino Unido deveria permanecer na União Europeia ou deixá-la. O trailer pode ser visto aqui.

Uma frase de “efeito” utilizada no filme aponta em que direção a narrativa seguirá:

Todo mundo sabe o que aconteceu, mas quase ninguém sabe como isso aconteceu.

A questão aqui vai além, uma vez que vivemos em uma era repleta de fake news, inverdades e manipulação da população pela mídia de massa. O longa lança luz sobre estas questões e justamente por ser baseado em fatos reais, merece nossa atenção. As ótimas atuações dão o tom adequado a este momento histórico que, para muitos, fez com que o reino que já era unido, se tornasse isolado (coisa que ele meio que já é, por ser uma ilha) do resto do continente.

O roteiro escrito por James Graham e Toby Haynes situa o expectador em 2016, uma época fortemente influenciada por notícias falsas e controle de dados pessoais através de manipulação midiática. A história retrata a preparação para o referendo de 2016 através das atividades dos estrategistas por trás da campanha Vote Leave encabeçados pelo o diretor de campanha do grupo oficial de apoio ao Brexit, Vote Leave, Dominic Cummings (Benedict Cumberbatch). Ele lidera uma forte campanha que possui como foco principal convencer o maior número possível de britânicos a votarem a favor da saída do Reino Unido da União Europeia. As táticas de campanha utilizadas por Dominic Cummings são tão geniais (mesmo que controversas), que acabam levando Craig Oliver (Rory Kinnear), a deixar claro a todos que os britânicos estavam, naquele momento, lutando em uma guerra.

Uma curiosidade que merece ser mencionada: a palavra “Brexit” é formada por outras duas: Britain + Exit.

O elenco traz Benedict Cumberbatch, Rory Kinnear, Lee Boardman, Richard Goulding, John Heffernan, Oliver Maltman, Simon Paisley Day, Lucy Russell, Paul Ryan, Kyle Soller, Liz White, Kate O’Flynn, Nicholas Day, Tim McMullan, Richard Durden, Gavin Spokes, Aden Gillett, Mark Dexter, Mark Gatiss, Annabelle Dowler, Gabriel Akuwudike, John Arthur, Rakie Ayola, Jay Simpson, Heather Coombs e Kiran Sonia Sawar.