Nossas jovens vivem em um mundo selvagem onde aparentemente quase tudo é permitido, lamentavelmente. E nestes momentos, para essas jovens, o que resta é o silêncio. Relatos de situações como essa, antes que muitos venham dizer que é um retrato atual de nossa sociedade, não é de hoje, já adianto.
Uma mostra de como a sociedade ainda tem muito a melhorar e evoluir está apresentada no filme “O Silêncio de Melinda” (Speak, no original), drama estadunidense de 2004, dirigido por Jessica Sharzer, com roteiro dela e Annie Young Frisbie. Contundente e perturbador, o longa é uma adaptação do romance homônimo de Laurie Halse Anderson, best seller vencedor do prêmio New York Times. O trailer pode ser visto aqui.
No roteiro, um tema polêmico: estupro. As consequências? Inúmeras. E as possibilidades de superação? Outras tantas também. São apresentados o papel da escola, dos amigos, da família, de um bom professor, das boas e más “influências”. Mesmo parecendo ser um daqueles filmes de seção da tarde (e talvez seja), vale a pena conferir. A forma como tais temas são mencionados, de uma forma singela e simples sob o olhar de uma adolescente nos faz pensar sobre as inúmeras questões que alguém que passa por tal situação tem que lidar.
O enredo já começa nos conduzindo pelo primeiro dia do primeiro colegial de Melinda (Kristen Stewart). Melinda aparentemente é muito tímida e não se mistura à euforia dos corredores da escola. É como se ela nem estivesse ali. Isolada pelos seus amigos por ter chamado a polícia durante uma festa promovida pelos alunos da escola, Melida não consegue falar do terrível trauma que sofreu naquela noite, nem para sua mãe Joyce (Elizabeth Perkins), nem para as amigas e nem para si mesma. Mas ela decide tentar reencontrar sua voz e, finalmente, se expressar.
O elenco traz Kristen Stewart, Michael Angarano, Allison Siko, Hallee Hirsh, Eric Lively, Steve Zahn, Elizabeth Perkins, D. B. Sweeney, Robert John Burke, Kimberly Kish, Megan Pillar e Leslie Lyles.