Lançado em 2006 pela Companhia das Letras, “Aforismos e afins” de Fernando Pessoa, traz claramente a veia de quem cultivou aforismos ao longo de sua vida, que além de tudo é repleta de heterônimos (muitos citados nesta obra). A obra mantém a ortografia portuguesa original, contando com as peculiaridades deste poeta que também era um exímio frasista.
Como dito, a obra apresenta diversos trechos onde Fernando Pessoa se utiliza de alguns dos seus heterônimos. Bernardo Soares é um deles e através dele, diz: “Os Deuses são a encarnação do que nunca poderemos ser” ou ainda “Tudo quanto o homem expõe ou exprime é uma nota à margem de um texto apagado de todo. Mais ou menos, pelo sentido da nota, tiramos o sentido que havia de ser o do texto; mas sempre fica uma dúvida, e os sentidos possíveis são muitos”.
Como Fernando Pessoa, informa que “No teatro da vida quem tem o papel de sinceridade é quem, geralmente, mais bem vai no seu papel” e que “O homem não sabe mais que os outros animais; sabe menos. Eles sabem o que precisam saber. Nós não”.
Nascido em 1888 em Lisboa, Portugal, Fernando Pessoa escreveu vários dos mais belos versos da língua portuguesa, bem como contos e peças. Tornou-se um dos grandes nomes da poesia moderna mundial, tendo falecido em 1935.