A Louva-a-deus

 A Louva-a-deus (2017) on IMDb
Os fãs de Dexter que, assim como eu, se sentiam órfãos de um serial killer com um código ‘de honra’, podem respirar aliviados. Eis uma minissérie francesa bem interessante e à altura: “A Louva-a-deus” (La Mante, no original). A narrativa da série se desenvolve com uma sequência de assassinatos, bem ao estilo serial killer de Dexter e sim, tais assassinatos tem um motivo para que sejam cometidos. Isto quer dizer que a protagonista da história não é simplesmente uma assassina a sangre-frio. Então, para quem gosta de enredos do gênero, já é um baita motivo para acompanhar a produção.

Lançada em 2017, a minissérie é composta de apenas 6 episódios, com um enredo muito bem desenvolvido e com um desenrolar da narrativa que não deixa o espectador entediado como normalmente acontece em algumas produções do tipo. Cada episódio é bem distribuído em relação ao contexto geral da série e a condução da história não precisa se apressar para que se tenha um final satisfatório. Tudo se encaixa perfeitamente bem, assim como o final que é surpreendente.

Um questão interessante, é que os roteiristas optaram em construir uma personagem feminina para ser a serial killer A Louva-a-Deus, uma escolha não muito habitual, visto que uma certa maioria dos assassinos em série violentos são do sexo masculino. Talvez esta escolha se deva a um fato bastante curioso e que merece ser mencionado: Os franceses já tiveram em sua história uma outra Jeanne, também era uma assassina em série. Jeanne Weber (1874-1918) foi uma serial killer francesa, conhecida como a “estranguladora de Paris” ou ainda “a ogra de La Goutte d’Or”, em homenagem ao distrito de Paris onde ela cometia seus crimes. Foi responsável por estrangular dez crianças, incluindo a sua própria. Muitas vezes absolvida, Jeanne Weber foi declarada criminalmente irresponsável em 1908 e internada. Morreu de um ataque de nefrite em sua cela dez anos depois. Apesar de em nada se parecer com a Jeanne da minissérie francesa, por ser que sim, talvez esta tenha sido a inspiração ao menos quanto ao nome a ser utilizado, já que a “Jeanne” real aparentemente não tinha um código de honra a seguir.

O roteiro de A Louva-a-deus se passa em Paris. A polícia está a procura de um psicopata cujos assassinatos são inspirados em Jeanne Deber (Carole Bouquet), conhecida como “A louva-a-deus”, uma famosa serial killer que há 25 anos aterrorizou a França. Entretanto Jeanne Deber foi presa na década de 90 por matar pais violentos e incestuosos, ou que haviam abandonado a família. Agora, um imitador surge copiando seus crimes, o que leva Feracci (Pascal Demolon), superintendente da polícia que prendeu Jeanne em 1990, ser obrigado a cuidar do caso e para ajudá-lo a encontrar o imitador, recorra a Jeanne, a fim de que esta ofereça sua expertise para a polícia na esperança de descobrir quem está por trás de tais assassinatos. Mas Jeanne faz uma exigência incomum: que o seu filho Damien Carrot (Fred Testot), que também é policial, esteja na equipe de investigação. Damien acaba não tendo escolha e aceita participar deste jogo de gato e rato, na chance de localizar este copycat que está à solta e pode atacar a qualquer momento, em qualquer lugar da capita francesa.

Dirigida por Alexandre Laurent, a série foi criada por Alice Chegaray-Breugnot, Nicolas Jean, Grégoire Demaison e Laurent Vivier. O elenco é formado por Carole Bouquet, Fred Testot, Jaques Weber, Pascal Demolon, Manon Azem, Serge Riaboukine, Robinson Stevenin, Fredérique Bel, Elodie Navarre, Adama Niane, Yannick Samot, Steve Tran e Julien Tortora.

A Netflix comprou os direitos de distribuição da minissérie (que foi originalmente criada para o canal TF1) e por isso ela encontra-se disponível no catálogo brasileiro da gigante do streaming. O trailer de A Louva-a-deus pode ser visto aqui.