A Menina Que Matou Os Pais

 A Menina que Matou os Pais (2021) on IMDb
O aguardado lançamento dos filmes “O Menino Que Matou Meus Pais” e “A Menina Que Matou Os Pais” é, de certa maneira, algo inédito no cinema brasileiro, ao retratar sob dois pontos de vista, uma mesma triste história real, mesmo que esta história seja lamentável e abominável. Lançado em 2021, esta produção brasileira tem tudo para alçar vôos internacionais ainda mais altos, já que a qualidade impressiona e não deve em nada a outros thrillers policiais.

Apesar de serem dois filmes sobre a mesma história, o roteiro de “A Menina Que Matou Os Pais”, traz um enfoque de Daniel Cravinhos esclarecendo junto à justiça e perante a sociedade sobre como sua namorada Suzane Von Richthofen o influenciou para que, junto com seu irmão Cristian, assassinassem os pais de Suzane. Na versão da história, Daniel tenta direcionar a culpa à Suzane, apresentando neste caso, demonstrando ser um jovem inocente que é ‘contaminado’ pelas palavras, atos e comportamentos da namorada que, apesar de ser visivelmente mais jovem , já era madura o suficiente quanto a vida sexual e também com experiências associadas a drogas.

Assim como o outro título que faz par com a produção, o longa conta com belíssimas atuações dos protagonistas e com um realismo sem igual no que se refere a caracterização, figurino e até mesmo as feições, ambos os filmes são imperdíveis. Destaco ainda que, sem glamorizar o ato em si, o cinema vem mais uma vez com a proposta de informar, destacar e apresentar à sociedade, questões que merecem nossa atenção e que devem ser discutidas de forma séria por todos nós.

A história apresentada detalha os acontecimentos ocorridos em 2002, quando um crime cometido em São Paulo chocou o Brasil. A jovem Suzane Von Richthofen (Carla Diaz), junto ao seu namorado Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt) e seu irmão Cristian Cravinhos (Allan Souza Lima), assassinaram seu pai Manfred von Richthofen (Leonardo Medeiros) e sua mãe Marísia von Richthofen (Vera Zimmerman). Dezoito anos depois, o caso é revisitado sob o ponto de vista de Daniel, que revela seus motivos para participar do assassinato. O jovem tenta, diante do juiz, deixar claro que foi, de certa forma, induzido por Suzane a cometer os atos junto com o irmão, tentando a todo custo, se eximir de sua culpa, se apresentando como um jovem inocente e meigo, amado e querido pelos pais e que foi usado pela namorada.

O filme conta com roteiro da criminóloga Ilana Casoy, do escritor Raphael Montes e direção de Mauricio Eça. O elenco traz Carla Diaz, Leonardo Bittencourt, Leonardo Medeiros, Vera Zimmermann, Allan Souza Lima, Kauan Ceglio, Débora Duboc e Augusto Madeira.

Em março de 2020, foi lançada a campanha “10 fatos” que esclarece alguns pontos em torno da produção:
* Suzane, os irmãos Cravinhos ou qualquer outra pessoa retratada nos filmes não receberão dinheiro da produção, direitos autorais ou terão qualquer tipo de participação no resultado do filme.
* Nem a produção, nem os atores dos filmes tiveram qualquer contato com Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos.
* Os filmes foram produzidos 100% com investimento privado, sem a utilização de verba pública.
* Os filmes são uma adaptação cinematográfica, baseados em uma história real, desenvolvida a partir das informações que constam nos autos do processo, em especial nos depoimentos dos envolvidos.
* Nenhum dos dois filmes inocenta ou enaltece Suzane e/ou Daniel, assim como também não romantiza ou glamouriza os assassinatos.
* A produção não defende nenhum dos lados da história e deixa ao público a interpretação dos fatos e das versões.
* São dois filmes de 80 minutos cada, com versões da história totalmente diferentes, que serão lançados no mesmo dia.
* “A Menina que Matou os Pais” conta a versão de Daniel Cravinhos, e “O Menino que Matou Meus Pais” conta a versão de Suzane von Richthofen.
* Não existe uma ordem correta para assistir aos filmes. Mas a experiência só é completa assistindo a ambos.
* Para que todos possam ter a experiência completa assistindo aos dois filmes, teremos valores e promoções especiais que serão divulgados em breve.”

Apesar de não haver oficialmente uma ordem correta para assistir os dois filmes, em entrevista, o diretor recomendou que, se possível, seja assistido “O Menino que Matou Meus Pais” para que, em seguida, seja visto “A Menina que Matou os Pais”.

“A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais” estão disponíveis no Amazon Prime Video. O trailer pode ser visto aqui.