A Outra Terra

 A Outra Terra (2011) on IMDb
Você consegue imaginar que exista um outro planeta habitável, assim como a Terra? Já parou para pensar que, se isso um dia se tornar realidade, poderá ir contra muitas das convenções que recebemos ao longo da vida? Já parou pra pensar que, se existir um outro lugar como aqui, escritos sagrados e respeitados por milhões, poderão vir a perder alguma credibilidade? Pare pra pensar: como fica a crença de alguém que acredita em uma divindade (seja qual for) que afirma que, de certo modo, exista apenas este planeta para se viver e habitar. Sim, muito do que se aprendeu, muito do que foi dito, certamente deverá ser revisto. É, o assunto é sério e mesmo estando [ainda] no campo da ficção-científica, já nos faz coçar a cabeça e esquentar os neurônios.

De todo modo, “A Outra Terra” (Another Earth, no original) consegue mexer com este imaginário e nos fazer refletir sobre expectativas, esperanças, crenças e tantas outras questões polêmicas que rondam nossas vidas. Mesmo com o aspecto dramático, o enredo funciona e se comunica de forma bastante intimista com a ficção científica. Aliás, drama e ficção ficam, a todo momento, trocando de lugar. A ‘pegada’ de produção independente também se mostra presente durante toda a exibição. O trailer pode ser visto aqui.

A existência de um outro lugar onde nós, poderíamos existir simultaneamente com o aqui e o agora, abre brechas ainda mais complexas, ao mesmo tempo que também flerta com o multiverso, termo que agora está em evidência graças a outros filmes de ficção científica e fantasia (ou de super-heróis). Por vezes, o filme consegue transmitir uma aura quase poética e surreal. O expectador perceberá tais momentos que, na narrativa, também servem de transição entre um apontamento e outro. Extremamente profundo e emocionante (mas também com um ritmo mais lento do que outras produções do gênero), certamente prenderá a atenção não apenas dos fãs das temáticas citadas, mas também daqueles que buscam um enredo mais sério, bem construído e sem muitos chichês.

Na trama, conhecemos Rhoda Williams (Brit Marling), uma brilhante jovem estudante de astrofísica de 17 anos. Rhoda passou sua vida fascinada pela astronomia e fica extremamente encantada ao saber que foi aceita recentemente no MIT. No retorno para sua casa, após ter saído para comemorar com seus amigos, age de forma imprudente ao volante, voltando para casa embriagada. Enquanto enquanto ouvia rádio que falava sobre um planeta semelhante à Terra recentemente descoberto, Rhoda se encanta com as estrelas pela janela do seu carro e, causa um acidente envolvendo outro carro que estava parado em um cruzamento, colocando John Burroughs (William Mapother) em coma e matando sua esposa grávida e filho. Aparentemente desvinculados, esses acontecimentos se cruzarão para mudar a vida de ambos.

A produção estadunidense de 2011 tem a direção de Mike Cahill que também se mantém na produção e roteiro, juntamente com Brit Marling. O elenco traz Brit Marling, William Mapother, Jordan Baker, Robin Lord Taylor, Flint Beverage, Kumar Pallana, Diane Ciesla, Rupert Reid e Richard Berendzen.