A Revolução em Paris

A famosa Revolução Francesa tão estudada nos livros e nas escolas encontra mais uma vez a grande tela. Desta vez, porém, a qualidade com que foi feito o filme é digno de nota. E é assim, com uma boa trilha sonora, ótimos figurinos, belas escolhas de locações e uma excelente fotografia que o drama histórico “A Revolução em Paris” (Un Peuple et Son Roi, no original) narra os primeiros anos da Revolução Francesa, destacando os principais acontecimentos que levaram ao fim da milenar monarquia absolutista do país e o nascimento da república como a conhecemos. A direção aponta o seu foco nas mulheres e homens que participaram da revolução, traçando um paralelo entre os destinos destes heróis anônimos com os das figuras históricas da França. O trailer pode ser conferido aqui.

O filme se passa entre 1789 a 1793 nos levando da tomada da Bastilha até a decapitação do Rei da França Luís XVI. Durante este período, um sopro de liberdade ecoa pelas ruas de Paris. O povo clama para que o monarca abandone o luxo do palácio de Versalhes e venha descobrir a miséria pela qual as ruas de Paris está passando. Sob protestos por “Igualdade, Liberdade, Fraternidade”, os debates e motins nas ruas envolvendo inclusive a classe operária, definem o destino do seu povo que luta bravamente dia após dia, em busca de condições de sobrevivência e liberdade. O roteiro é dividido em capítulos que separam os anos-chave desta jornada e a narrativa é desenvolvida de forma a costurar o destino de figuras anônimas do povo com os personagens históricos. Assim, os caminhos da lavadeira Françoise (Adèle Haenel), seu companheiro Basile (Gaspard Ulliel) e o vidraceiro (Olivier Gourmet) se entrelaçam com a presença de Robespierre (Louis Garrel), Marat (Denis Lavant) e Luís 16 (Laurent Lafitte).

Fica evidente a valiosa lição extraída do filme: a justiça social — seja onde for — depende do rompimento com velhas estruturas de poder.

A coprodução França e Bélgica conta com roteiro e direção de Pierre Schoeller. O longa traz no elenco Gaspard Ulliel, Adèle Haenel, Louis Garrel, Izïa Higelin, Noémie Lvovsky, Céline Sallette, Denis Lavant, Johan Libéreau, Andrzej Chyra, Julia Artamonov, Laurent Lafitte, Niels Schneider e Olivier Gourmet.