Blade Runner: o Caçador de Androides

 Blade Runner: O Caçador de Androides (1982) on IMDb
“Blade Runner, o Caçador de Androides” (Blade Runner, no original) é certamente um dos maiores sucessos de ficção científica da história. Isto porque a partir dele se inaugurou uma série de subgêneros tanto na literatura quanto no cinema, tornando-se assim um clássico cult. A forma como trata de temas até então inéditos, é de um primor sem igual. Colônias humanas em outros planetas, androides, clonagem, a profusão de culturas, etnias, credos e costumes em um cenário globalizado e ao mesmo tempo catastrófico, melancólico e deprimente, são alguns dos elementos que, na película, demonstram o colapso da civilização humana, tanto material quanto moral.

Dirigido por Ridley Scott, O roteiro é escrito por Hampton Fancher e David Peoples, baseado no romance “Do Androids Dream of Electric Sheep?”, de Philip K. Dick. A coprodução EUA/Hong Kong lançado em 1982, conta com diversos aspectos que merecem destaque como o toque noir, o arquétipo de femme fatale, com uma cinematografia escura e sombria, um cenário distópico típico de produções cyberpunk e uma vigilância policial onipresente. A trilha sonora fica por conta do premiado Vangelis. O trailer pode ser visto aqui.

O roteiro se passa em novembro de 2019 em uma decadente e futurista Los Angeles, onde o ex-policial Rick Deckard (Harrison Ford) acaba por ser detido pelo oficial Gaff (Edward James Olmos), levando-o até seu antigo supervisor, Bryant (M. Emmet Walsh). Deckard, no passado trabalhou como um “Blade Runner”, rastreando seres de bioengenharia, conhecidos como replicantes, a fim de “aposentá-los”. Os Blade Runners são policiais de um esquadrão de elite que têm ordem de atirar para matar replicantes encontrados na Terra, entretanto tal ato não é chamado de execução e sim remoção. Todos eles foram criados pela Corporação Tyrell e são de um modelo chamado Nexus-6, possuindo uma vida útil de apenas quatro anos. Assim, Deckard é informado que quatro replicantes vieram à Terra ilegalmente, isto porque tais seres são destinados à colonização em outros planetas. A esperança destes seres, com o seu retorno à Terra, pode ser a de tentar prolongar suas vidas. A partir daí começará uma caçada mortal em que Deckard deverá entre outras coisas, provar para si a sua humanidade.

Por se passar no futuro, e nós atualmente já enxergarmos o ano de 2019 como passado, é curioso e ao mesmo tempo interessante ver como era o olhar que os autores tinham acerca do que ainda viria. Hoje percebemos que nem tudo que é descrito no filme se tornou realidade. Outros aspectos porém, sim. Podemos não ter androides na forma humana perambulando pelas ruas, mas a evolução das máquinas segue neste sentido.

Em 2007, a Warner Bros. lançou o The Final Cut, uma versão digitalmente remasterizada de 25 anos feita por Ridley Scott (e que pessoalmente foi a que preferi assistir). A sequência, intitulada Blade Runner 2049, foi lançada 10 anos depois, em 2017.

O elenco traz Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Edward James Olmos, M. Emmet Walsh, Daryl Hannah, William Sanderson, Brion James, Joe Turkell, Joanna Cassidy, James Hong, Morgan Paull, Kevin Thompson, John Edward Allen, Hy Pyke, Kimiko Hiroshige, Robert Okazaki, Carolyn DeMirjian e Ben Astar.