Existe portanto uma profunda discussão implícita no roteiro do longa sobre classes sociais e como funciona o mecanismo da máquina social, de nosso sistema ou, por assim dizer, da sociedade como a conhecemos. Fica visível uma metáfora clara sobre a pirâmide alimentar que existe em nosso próprio ecossistema sociopolítico. É ainda um alerta sobre até que ponto estamos à mercê dos mais poderosos.
O roteiro de Kadaver, apesar de denso é relativamente fácil de ser compreendido. Ele nos apresenta uma família resistente à fome e ao frio após um desastre nuclear. Os dias são difíceis e a eles lutam diariamente em um ambiente hostil e sem comida. É quando um convite inusitado é feito para todos os moradores da cidade: um espetáculo de teatro será conduzido por um carismático dono de hotel, que contará ainda com uma refeição totalmente gratuita. A família, atraída também pela perspectiva de um jantar grátis, decide aceitar tal convite. Entretanto, conforme o tempo vai se passando, eles percebem que algo está errado. Será que neste espetáculo (da vida), eles serão protagonistas ou expectadores?
Kadaver foi escrito e dirigido por Jarand Herdal. O elenco conta com Gitte Witt, Thomas Gullestad, Thorbjørn Harr, Kingsford Siayor, Maria Grazia Di Meo, Jonatan Rodriguez, Trine Wiggen e Tuva Olivia Remman.
Kadaver é distribuído pela Netflix. O trailer pode ser visto aqui.