O que é felicidade e como alcançá-la? O que devemos ou não fazer para sermos felizes plenamente? Epicuro, filósofo atomista do período helenístico, a séculos atrás já discorria sobre o tema, analisando sob o seu ponto de vista o que era necessário para ser feliz. Escrito há mais de 2500 anos, o documento permanece extremamente atual, tanto pelo tema (uma vez que todos querem ser felizes), como pelo conteúdo e forma de descrevê-lo.
Epicuro foi um filósofo grego, nascido em 341 a.C., na ilha grega de Samos e reconhecido por muitas vezes como o “filósofo do prazer”. Sua filosofia destaca a ideia de que o fim natural do homem é o prazer. Epicuro faleceu em 270 a.C., aos setenta e dois anos de idade.
A carta de Epicuro a Meneceu é também conhecida como a “Carta sobre a Felicidade”, já que visa descrever a tão almejada ‘saúde do Espirito’ e os meios para tê-la. Em diversos momentos exorta o exercício da filosofia e a necessidade de cultivá-la durante todo o transcurso de sua existência, considero algo essencial para essa busca permanente da felicidade, passando pela crença na existência dos deuses, considerados entes imortais e bem-aventurados. Ele também trata da morte, apresentada como o mais aterrador dos males. Epicuro também descreve as várias modalidades de desejo, acompanhadas da necessidade imperiosa de controlá-lo, tendo em mira tanto a saúde do corpo quanto a tranquilidade do espírito.
Alguns trechos que merecem destaque:
“Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de faze-lo depois de velho, por ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito.”
“Saber avaliar a dor e o prazer é o grande critério para atingir a felicidade.”
“Quando então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos prazeres intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos,… mas o prazer é a ausência de sofrimentos físicos e de perturbações da alma.”
“O prazer é o inicio e o fim da vida.”
“Quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrario, quando a morte está presente, nós é que não estamos.A morte, portanto, não é nada, nem para os vivos, nem para os mortos, já que aqueles, ela não existe, ao passo que este não estão nem aqui.”
“A morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações.”
“Medita, pois todas esta coisas e muitas outras a elas congêneres, dia e noite, contigo mesmo e com teus semelhantes, e nunca mais te sentirás perturbado, que acordado, quer dormindo, mas viverás como um deus entre os homens. Pois não se assemelha absolutamente a um mortal o homem que vive entre bens imortais.”