Da Vinci’s Demons – Primeira temporada

 Da Vinci's Demons (2013) on IMDb
A série Da Vinci’s Demons é descrita como uma fantasia histórica, que explora a história não contada de Da Vinci “inventando” o futuro, estando no período retratado na série com apenas 25 anos. Da Vinci se vê preso em um mundo onde o pensamento e a fé são controlados por uma Igreja Católica opressora. O protagonista é retratado como um jovem perspicaz que luta, a todo custo, para libertar o conhecimento. O resultado?! Uma série inesquecível, acredite.

Nesta empreitada, o diretor David S. Goyer mescla fatos e personagens históricos com fantasia e uma boa dose de ficção, gerando ao final, um roteiro de aventura gostoso de ver. Mas atenção, mesmo com a tônica por vezes juvenil, a série conta com episódios extremamente violentos, onde o sangue jorra pela tela, além dos inúmeros momentos, digamos, impróprios para menores. Sim, diversos episódios usam e abusam de nudez masculina e feminina. Mas acredite, a mistura de ação, sexo e violência resulta em muita diversão. O trailer pode ser visto aqui.

Quanto à veracidade das informações contidas na série, o diretor por vezes já afirmou que Da Vinci’s Demons é 85% historicamente correta (o que pessoalmente acho uma afirmação um tanto ousada). A qualidade empregada no desenvolvimento do roteiro é impressionante e, mesmo com excessivo uso de CGI em cenários e tomadas, a série é riquíssima em detalhes. O desenvolvimento dos personagens, as excelentes tomadas de ação (devidamente coreografadas) bem como a atuação cumprem brilhantemente bem o prometido. Altamente recomendado!

A primeira temporada nos apresenta o jovem e enérgico Leonardo da Vinci (Tom Riley), que é inquieto, visionário, aventureiro e torturado pela própria genialidade, cujo entusiasmo pela beleza da natureza é igual ao seu amor por se meter em problemas. Ele é emocionante e sua energia é contagiante, não apenas para seus companheiros, Nico (Eros Vlahos), Zoroastro (Gregg Chillin) e Vanessa (Hera Hilmar), mas também para os cidadãos de Florença. Sim, naquele contexto os moradores da cidade o conhecem, além de saber das peripécias que o protagonista é capaz de fazer (isso porque ele é “artista”, nominado por muitos da região). Mesmo que, nem todos topem apreciar suas excentricidades, da Vinci é certamente é uma celebridade local. Além de suas muitas habilidades, da Vinci é também um exímio espadachim e o mundo que ele vive, embora povoado por contemporâneos históricos de da Vinci, é muito mais fantástico do que o que você pode encontrar em um livro biográfico. Da Vinci é então recrutado como engenheiro-chefe de guerra da família Medici, liderado pelo severo, mas um tanto compassivo, Lorenzo Medici (Elliot Cowan). Este tem como amante a bela e encantadora Lucrezia Donati (Laura Haddock). Mesmo sabendo da complexa figura que é Lucrezia, da Vinci logo se apaixona pela misteriosa jovem. As verdadeiras intenções da família Medici bem como outras importantes figuras históricas ali inseridas vão sendo descobertas conforme a história se desenrola, com o maléfico papa Sisto IV (James Faulkner).

O ambiente em que a história se desenrola é uma Florença renascentista, cercada de incerteza, articulações políticas e estratégia de guerra. Percebemos rapidamente que o próprio Vaticano é o coração de uma conspiração vasta e enigmática para suprimir o conhecimento para seu próprio ganho nefasto. Em meio a isso existem duas facções religiosas que comutam um mesmo ambiente: a Igreja Católica e os Filhos de Mithras, que na trama, travam uma guerra silenciosa pelo conhecimento secreto escondido ao longo dos séculos. Da Vinci é uma figural fundamental para essa luta e é manipulado a cada passo por promessas que ele não pode recusar.

Curiosamente a produção, originalmente lançada pelo canal Starz (de apenas 8 episódios nesta primeira temporada) mesmo sendo estadunidense, traz um elenco majoritariamente britânico.

Escrita e digirida por David S. Goyer, a primeira temporada foi lançada em 2013 e tem em seu elenco Tom Riley, Laura Haddock, Elliot Cowan, Lara Pulver, Tom Bateman, Alexander Siddig, Eros Vlahos, Ian Pirie, Hera Hilmar, Blake Ritson, Gregg Chillin, David Schofield, James Faulkner, Allan Corduner, Elliot Levey, Nick Dunning e Michael Elwyn.