
Importante esclarecer que o próprio Alex, quando acordou do coma, se deu conta de que não tinha memórias de sua vida, elas haviam se sumido. Ele sequer reconheceu sua mãe ou seu pai. Ele apenas se lembrava de uma pessoa e só tinha uma única referência: Marcus, seu irmão gêmeo, que a partir daí começa a importante empreitada de, dia após dia, ensinar-lhe tudo novamente. Alex tem em Marcus alguém que confia cegamente, já que as memórias perdidas, foram realmente perdidas e agora estavam sendo recriadas do zero. Assim, Alex toma tudo que Marcus conta como verdade absoluta e isso de certa forma, pode ter um preço muito alto a pagar, afinal não são lembranças dele próprio, mas sim a narrativa de outra pessoa sobre ele e sobre as coisas. Mas existe algo ainda mais sério: Marcus, para preservar o irmão e a si próprio, esconde um terrível e lamentável segredo de família, que por décadas esteve escondido.
Reconheço que é um triste documentário. Quando o cinema traz para as telas as situações reais, ainda que em documentários, esperamos que o que será lembrado, haverá de ser bom. Sabemos que nem sempre é assim. A vida, por muitas vezes é cruel e injusta para muitos de nós. Assim, “Diga Quem Sou” é um documentário que que explora o drama humano com vários closes e muitas lágrimas dos envolvidos, que neste caso, não são de personagens. É um drama comovente, triste e real.