Eletric Dreams

 Electric Dreams (2017) on IMDb
Muitos atribuiram a Electric Dreams (Philip K. Dick’s Electric Dreams, no original) o título de série substituta da Black Mirror, dada a qualidade desta última e ao mesmo tempo criando um paralelo entre as duas obras, ambas de ficção científica. Mesmo Eletric Dreams sendo muito boa, não sei se chega a tanto, mas que ela é boa produção, com certeza isso ela é, sem sombra de dúvidas!

A produção britânica foi exibida originalmente em 2017 pelo Channel 4. No Brasil ela está disponível no Amazon Prime Video. O trailer pode ser visto aqui.

Certamente você já tenha assistido Minority Report, O Vingador do Futuro, O Homem Duplo, O Homem do Castelo Alto ou mesmo Blade Runner, certo?! Pois é, todos eles foram baseados em contos e histórias de Philip K. Dick. Falando assim fica mais fácil entender que o autor já é referenciado pelo cinema e pela literatura a décadas! ele é considerado como um dos maiores mestres da ficção científica, sendo também um dos autores que mais tem suas obras adaptados para o cinema e TV.

A antologia, composta por 10 episódios (cada um com cerca de 50 minutos de duração) são dirigidos por Ronald D. Moore e se baseia em uma série de contos do visionário autor. São eles: K.A.O. – Kill All Others (baseado em “The Hanging Stranger” 1953), Safe and Sound (baseado em “Foster, You’re Dead!” 1955), The Commuter (baseado em “The Commuter” 1953), The Hood Maker (baseado em “The Hood Maker” 1955), Autofac (baseado em “Autofac” 1955), Human Is (baseado em “Human Is” 1955), Impossible Planet (baseado em “The Impossible Planet” 1953), Real Life (baseado em “Exhibit Piece” 1954), Crazy Diamond (baseado em “Sales Pitch” 1954) e Father Thing (baseado em “The Father-Thing” 1954).

As histórias mesclam o real e o imaginário, traçando paralelos sobre o que somos e o que podemos ser, passando por seres híbridos, geneticamente modificados, atualizados, andróides… A lista é grande. Até mesmo o conceito de realidade é questionando. O futuro de nosso planeta ou mesmo o futuro de nós, humanos são explorados ao máximo. Certamente os fãs de ficção científica terão muito o que analisar, discutir, assimiliar e se deleitar.

Ficou curioso, né?! Além de ser uma “viagem”, muito do que você verá talvez nem seja chamado de ficção científica. Falo isso porque muito do que vemos em uma tela de cinema e chamamos de ficção científica já não é mais. Era, no passado. Agora é algo que certamente estará na próxima década (ou nos próximos meses e anos já em uma vitrine perto de você). Assim, talvez o que você verá apenas ainda não foi implementado ou colocado em produção. Apenas isso. Ou talvez até já esteja sendo vendido e você sequer saiba.

Trazendo um time de estrelas em seu elenco, podemos citar Richard Madden, Holliday Grainger, Terrence Howard, Rachelle Lefevre, Jack Reynor, Benedict Wong, Geraldine Chaplin, Essie Davis, Bryan Cranston, Liam Cunningham, Ruth Bradley, Vera Farmiga, Glenn Morshower, Timothy Spall, Tuppence Middleton, Anne Reid, Janelle Monáe, Juno Temple, Annalise Basso, Maura Tierney, Steve Buscemi, Sidse Babett Knudsen, Anna Paquin, Greg Kinnear, e Mireille Enos.

Uma coisa que ficou bastante evidente é o fato de Eletric Dreams da Amazon ser mais otimista sobre o futuro do que Black Mirror, veiculada na Netflix. Confesso que não sei até que ponto isso é bom ou ruim.

Mas não se engane. Electric Dreams não trata apenas de distopias e fantasias, é acima de tudo uma “viagem filosófica pela natureza humana”, como bem classificou o jornal francês Le Figaro.