Jornada da Vida

 Jornada da Vida (2018) on IMDb
“Jornada da Vida” (Yao, no original), lançado em 2018, é daqueles dramas franceses de retorno às origens, quase uma alusão quanto a reconciliação de colonizador e colonizado. O filme passa quase que inteiramente no Senegal, país colonizado pela França. Após o êxito de Intocáveis (2011), o ator Omar Sy assume aqui, além do protagonismo da história, a importante função de produtor. Certamente o projeto também se tornou algo quase que de caráter pessoal, uma espécie de ancestralidade ligada a uma autobiografia de Omar Sy ligeiramente adaptada, uma vez que ele é filho de mãe nascida na Mauritânia e de pai nascido no Senegal. Sy, como de costume, ostenta o habitual carisma, trabalhando, contudo, com um humor mais contido e delicado, algo que o roteiro, de certa forma, exige. Uma história comovente e que merece atenção pela simplicidade como é contada e pela profundidade que o assunto aborda. O trailer pode ser conferido aqui.

A história inicialmente em um vilarejo no norte do Senegal. Como se é de esperar a localidade pobre é composta por inúmeras crianças em idade escolar. Entre elas está Yao (Lionel Louis Basse), um garoto de 13 anos que disposto a tudo para encontrar seu herói: Seydou Tall (Omar Sy), um famoso ator francês, de descendência senegalesa e que estará retornando ao seu país de origem pela primeira vez, desde a infância. Yao descobre que Seydou foi convidado a promover seu novo livro em Dakar e para concretizar seu sonho de conhecer Seydou, Yao planeja uma fuga e atravessa 387 km sozinho até a capital. Yao, mesmo diante das adversidades consegue encontrar Seydou na capital Dakar, conquistando o tão esperado autógrafo de Seydou. Este, comovido com a atitude e coragem do jovem, o acompanha de volta para casa. Seydou Tall é visto por todos como um verdadeiro estrangeiro, um branco, como afirma ironicamente Gloria (Fatoumata Diawara), uma insinuante cantora vinda do Mali com quem Seydou desenvolve um “quase romance”. Seydou, neste caminho de retorno, acabará confrontando suas próprias raízes, um verdadeiro ato de autodescobrimento e reconhecimento da própria identidade.

Com a produção do próprio Omar Sy, a direção fica por conta de Philippe Godeau que também assina o roteiro juntamente com Agnès de Sacy. O elenco traz Omar Sy, Lionel Louis Basse, Fatoumata Diawara, Germaine Acogny, Gwendolyn Gourvenec, Abdoulaye Diop, Ismaël Charles Amine Saleh, Mame Fatou Ndoye, Aristote Laios, Aboubacar Dramé e Diouc Koma.