A versão coreana (remake, vamos combinar…) chamada “La Casa de Papel: Coreia” (Money Heist: Korea – Joint Economic Area | 종이의 집: 공동경제구역, no original) tentou seguir a linha da versão espanhola e por vezes conseguiu acompanhar no quesito qualidade. Reconheço, porém, que falou em alguns momentos, a originalidade. Digo isso com a melhor das intenções, pois a trama é tão bacana quanto a versão da Espanha, porém os coreanos podiam ter “inovado”. Perderam essa oportunidade. Por outro lado, preferiram não avançar pelo escuro e seguiram a receita de sucesso que já havia mostrado que funcionava. No fim, pareceu que estávamos vendo um spinoff ou mesmo uma continuação da versão espanhola, mas com outros atores. Repito, a Coréia podia ter ido além, se quisesse. Mas preferiram seguir no caminho de um remake. Mas, no mundo da arte, talvez esse nem fosse “o plano”.
Como o expectador poderá perceber, a história desta adaptação da série envolve política e protestos. Quando as duas Coreias, Norte e Sul, se unificam (em um futuro fictício, mais precisamente em 2025), uma moeda única também é criada. Assim, quem é de uma classe social alta fica ainda mais rico, e quem tem menos condições financeiras fica também vez mais pobre. Nesta nova ordem é estabelecida uma Área de Economia Conjunta, junto com a Casa da Moeda da Coreia Unificada. É neste cenário que surge o “Professor” (Yoo Ji-tae), um homem misterioso extremamente inteligente e estrategista, que planeja assaltar a Casa da Moeda da Coreia Unificada. Para isso, ele recruta os melhores ladrões daquela região para praticar um perigoso e extremamente bem elaborado assalto, como o objetivo de roubar 4 trilhões de wons e desaparecer sem deixar vestígios. Os personagens acabam por ter os mesmos nomes dos criminosos já conhecidos na versão espanhola da série, como Tóquio (Jeon Jong-seo) e Berlim (Park Hae-soo), com algumas sutis diferenças de personalidade aqui e ali. Nairóbi (Jang Yoon-ju), Denver (Kim Ji-hoon) e Rio (Lee Hyun-woo) também estão lá, entre outros.
Enquanto na Espanha foram usadas máscaras de Salvador Dali, nesta “nova versão” são utilizadas máscaras de hahoe. A máscara foi inspirada nas usadas pelos antigos “Andong Hahoe Byeolsingut Talnori”, ou “dança com máscara hahoe”. As apresentações com hahoe, que começaram a ser usadas no século XII em cerimônias de dança e teatro, tinham cunho satírico para zombar a elite coreana da época. Interessante, não?! E tem mais: são vários o tipos destas máscaras. Na verdade são 9 diferentes hahoe, algumas com mais de 900 anos, datadas da época da Dinastia Goryeo e são são consideradas Tesouro Nacional. Cada uma delas representa um personagem: o monge, yangban (o nobre arrogante), seonbi (o estudioso pedante), baekjeong (o açougueiro), gaksi (a noiva), Bune (a concubina), a avô, Choraengi (servo do nobre) e Imae (o servo bobo do estudioso). Durante a série, o expectador notará várias delas, empregadas em situações distintas.
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre cada um dos personagens, não deixe de ver este teaser.
Dirigida por Kim Hong-sun e escrita por Ryu Yong-jae, o elenco traz Yoo Ji-tae, Park Hae-soo, Jeon Jong-seo, Lee Hyun-woo, Lee Won-jong, Kim Ji-hoon, Jang Yoon-ju, Kim Ji-hun, Lee Kyu-ho, Kim Yun-jin, Kim Sung-oh, Park Myung-hoon, Lee Joo-bin e Lee Si-woo.
La Casa de Papel: Coreia está disponível na Netflix. O trailer pode ser conferido aqui.