Apesar de não aprofundar demais em tais assuntos, eles são tratados em diversos momentos ao longo dos seis episódios lançados. Mesmo com a qualidade única dos lançamentos da Marvel/Disney, a impressão que tive em alguns momentos, é que a série estava ali pra preencher uma agenda de lançamentos da Disney, mas sem muito compromisso à primeira vista. Mas não se engane: o borborinho antes do lançamento que inflou as expectativas dos fãs que, afoitos, apostaram as fichas na produção, não foi em vão. Explico: Loki cumpre o seu propósito de expansão do universo da Marvel, e mesmo com um deslize aqui e outro ali, certamente se torna a série mais importante da Marvel até o momento com revelações fundamentais e bastante ousadas, como a existência do Multiverso, elemento que que terá um impacto profundo em breve e vão ser exploradas nas próximas produções da Marvel.
Mesmo assim, os fãs se sentiram atendidos, já que certos momentos são bem bacanas, como quando Loki traça comentários sociopolíticos direcionados à AVT no que se refere ao fascismo.
O que se sabe é que as séries da Marvel, criadas para o serviço de streaming Disney+ são parte fundamental do Universo Cinematográfico Marvel. A série também revela Loki como bissexual, tornando-se o primeiro grande personagem “queer” no UCM. A série explora também melhor as habilidades mágicas de Loki, como sua telecinesia e rajadas de magia. Repleta de aventura, misturando tempos e espaços diferentes, a série consegue aglutinar em uma mesma narrativa, elementos que representam o passado e o antigo, sem parecer piegas. A condição retrô em alguns momentos é um charme que compõe bem a estrutura dos episódios.
Quanto a produção em si, é possível perceber desde o começo, a inspiração do roteirista Michael Waldron e da diretora Kate Herron nas diversas obras clássicas da ficção científica, tanto visualmente quanto narrativamente. É possível ver traços de Doctor Who, Blade Runner, o Caçador de Andróides e De Volta para o Futuro, além das outras referências a personagens da própria Marvel.
A trama foca no personagem que dá nome à série, Loki (Tom Hiddleston) e se passa depois dele roubar o Tesseract durante os eventos de Vingadores: Ultimato. Neste momento, uma versão alternativa de Loki é trazida para a misteriosa Autoridade de Variância Temporal (AVT), uma organização burocrática que existe fora do tempo e do espaço, e que monitora a linha do tempo como a conhecemos. A AVT dá a Loki uma escolha: ser apagado da existência por ser uma “variante do tempo” ou ajudá-los a consertar a linha do tempo, impedindo uma ameaça maior. Loki acaba preso em seu próprio thriller policial, viajando no tempo e alterando a história da humanidade, na esperança de se salvar e ao mesmo tempo dar um fim à aquele episódio de sua história, que mais parece um pesadelo. Loki terá contato com diversas variantes de si, especialmente Sylvie Lushton (Sophia Di Martino), que compartilhará diversas situações (muitas delas bastante hilárias). Acompanhamos assim, na “Jornada do Herói” através de inúmeras camadas temporais e situacionais.
A produção estadunidense tem seu elenco estrelado por Tom Hiddleston, Sophia Di Martino, Gugu Mbatha-Raw, Wunmi Mosaku, Eugene Cordero, Sasha Lane, Tara Strong, Owen Wilson, Jack Veal, DeObia Oparei, Richard E. Grant e Jonathan Majors.
Loki está disponível no serviço de streaming Disney+. O trailer pode ser visto aqui.