O Maior Assalto

Já disse por diversas vezes como que nos fascinamos com histórias que envolvem roubos e fugas. O mais curioso é que boa parte das vezes, nos pegamos ali, torcendo para os criminosos. Não acredita? Basta ver a quantidade de fãs que se aglomeram em torno de histórias como as narradas em “La Casa de Papel”. A forma como nos deparamos com tais situações nos mostra também como pensamos, o que realmente levamos em consideração quando um crime está em andamento, as motivações, as convicções, além de outras questões éticas e morais. Fica evidente que, nomear este ou aquele de criminoso, bandido e fora da lei pode não ser uma tarefa tão simples como muita gente costuma achar que é.

A história da série “O Maior Assalto” (El Robo del Siglo, no original) retrata “O roubo do século na Colômbia”, como ficou conhecido o assalto ao Banco de la República em Valledupar. O assalto ocorreu nos dias 16 a 17 de outubro de 1994 contra a sede do Banco de la República, na cidade de Valledupar e no qual os criminosos levaram a quantia de $ 24.072 milhões de pesos (US$ 33 milhões em 1994). Certamente o assalto marcou a história da Colômbia, tendo sida a maior quantia que já foi roubada em um assalto na história daquele país. Após o roubo, o Banco de la República identificou as notas roubadas pelo seu número de série e denominação, que não tinham sido divulgadas ao público antes do roubo, pelo que perderam imediatamente o seu valor. O banco publicou uma lista das faixas em série das notas roubadas e elas passaram a ser chamadas, de brincadeira, de “los billetes vallenatos” ou, em tradução literal, ‘as notas que não valem nada’.

A produção colombiana de suspense e drama lançada em 2020, foi produzida pela Dynamo para a Netflix e, mesmo sem rostos mundialmente conhecidos, surpreende pela qualidade e desenvoltura. O roteiro foi inspirado no livro escrito pelo jornalista Alfredo Serrano Zabala, “Foi Assim que Assaltei o Banco: O Assalto do Século XX na Colômbia”, escrito em 2008. Considerado por muitos como “o crime perfeito”, o assalto em questão foi realizado sem que nenhum de seus 14 homens envolvidos precisasse dar sequer um único tiro. Algo que, vamos combinar, é digno de nota e diferente de “La Casa de Papel” que assistimos a um evento fictício, em “O Maior Assalto” assistimos a fato que realmente aconteceu.

No enredo, conhecemos Chayo (Andrés Parra), ex-assaltante de banco que, angustiado por não ter dinheiro para pagar suas contas, convida seu amigo Molina (Christian Tappan) para embarcarem em um último desafio: assaltar o banco central da Colômbia. O convite tem um motivo extra: Molina já havia tentado roubar um banco. a partir daí a dupla começa o planejamento. Chayo escolhe os participantes da sua equipe de forma estratégica, sendo que cada um tem uma influência importante na sua vida social para que a execução possa ocorrer de forma eficiente e, no fim, todos saiam milionários. E, como era de se esperar, o roubo ao banco acontece. Mas a situação de todos os envolvidos começa a se complicar quando a polícia intensifica os esforços na procura dos criminosos.

Criada por Pablo González e C.S. Prince, o elenco traz Andrés Parra, Christian Tappan, Marcela Benjumea, Juan Sebastián Calero, Waldo Urrego, Rodrigo Jerez, Juan Pablo Barragán, Joha Mauricio Rivera Zumaqué, Katherine Vélez, Paula Castaño, Pedro Suárez, Édgar Vittorino, Ramsés Ramos, Matías Maldonado, Carlos Mariño, Álvaro García, Juan Ángel e Luis Carlos Fuquen.

El Robo del Siglo está disponível na Netflix. O trailer pode ser visto aqui.