O Substituto

 O Substituto (2011) on IMDb
O drama estadunidense “O Substituto” (Detachment, no original), lançado em 2011 é um daqueles filmes que arrancam lágrimas e não são poucas. Tocante e singelo em certos momentos, mas forte e cru em outros, a trama nos dá um soco na boca do estômago (pelo menos no estômago de nós, educadores).

A atuação é outro aspecto que merece destaque, além do roteiro que acerta em cheio ao tratar do tema. Adrien Brody consegue expressar mesmo que por meio de seu rosto, sem a necessidade de falas ou gestos, a dor que muitos de nós educadores, sente ao ver a educação como ela é. Digo que é impossível não se sensibilizar com os protagonistas. O trailer pode ser visto aqui.

A história nos apresenta Henry Barthes (Adrien Brody), um educador com grande talento para estabelecer ligação com os seus alunos. No entanto, Henry optou por enterrar o seu dom e assim, passa os dias como professor substituto, evitando de forma bastante conveniente quaisquer ligação emocional com os alunos ou mesmo o ambiente escolar, já que escolhe não ficar tempo suficiente nas vagas em que é chamado, justamente para se apegar aos alunos ou colegas de profissão. Quando Henry é alocado em uma escola pública, onde uma direção frustrada e esgotada criou um corpo estudantil apático, ele torna-se rapidamente num exemplo para os jovens desafeiçoados e que simplesmente não querem nada com nada, desacreditados e assim, sem qualquer motivação para estudar. Ao descobrir uma ligação emocional improvável com estes alunos, professores e Erica (Sami Gayle), uma adolescente foragida que recolhe das ruas, Henry descobre que não está sozinho na sua batalha diária de vida ou morte para encontrar beleza num mundo aparentemente cruel, triste e sem amor.

O filme é uma visão contemporânea das pessoas que se afastam progressivamente das outras, dos seus amigos, colegas de trabalho, mas que mesmo assim, sentem lá no fundo a necessidade de estabelecer ligações emocionais e afetivas. O roteiro se forma como uma crônica de três semanas nas vidas de vários professores, administradores e estudantes através dos olhos do protagonista, o professor Henry. Após assistir o filme, fica aquele gosto amargo na boca, por entender que muitos educadores passam por lamúrias como as que o personagem do filme igualmente passa. O descaso com a educação dos nossos jovens, o despreparo para certas situações, a falta de investimento e tantas outras questões acabam por ser jogadas na tela para apreciação do expectador. Às vezes o tema educação vêm à tona em discussões e debates, e talvez, este possa ser um exemplo lúdico de como é o cotidiano de alguns dos profissionais envolvidos nesta importante área.

Com a direção de Tony Kaye e roteiro de Carl Lund, o elenco conta com Adrien Brody, Sami Gayle, Christina Hendricks, James Caan, Lucy Liu, Marcia Gay Harden, Bryan Cranston, William Petersen, Blythe Danner, Tim Blake Nelson e Betty Kaye.