O Telefone Preto

 O Telefone Preto (2021) on IMDb
As diversas faces do suspense e do terror, quando nas estão nas mãos de quem sabe, se transformas em verdades obras de referência. Digo isso porque com muito pouco se consegue uma trama que segura o expectador do início ao fim preso à cadeira. Ambientação, enredo, premissa e uma bela fundamentação tornam um simples conto em algo mágico e digno de ser assistido. Foi o que pensei ao ver “O Telefone Preto” (The Black Phone, no original), produção estadunidense lançada em 2022. Ethan Hawke está em ótima forma neste que é, provavelmente, o papel mais assustador de sua carreira. Já o jovem Mason Thames, um dos protagonistas que está em seu primeiro papel no cinema, interpreta brilhantemente um jovem traumatizado e que precisa vencer seus medos.

A história de “O Telefone Preto” se passa em 1978, época em que uma série de sequestros estão acontecendo na cidade de Denver conhecemos Finney Shaw, um tímido, mas inteligente, garoto de 13 anos, que mora com sua irmã Gwen (Madeleine McGraw) e Terrence (Jeremy Davies), um pai abusivo e alcoólatra. Diariamente, Finney precisa lidar com o bullying praticado pelos colegas de escola e isso o machuca cada vez mais (e não apenas fisicamente). Sua vida muda por completo no dia em que ele é sequestrado por Grabbler (Ethan Hawke), um assassino sádico que o prende em um porão à prova de som, onde gritar é de pouca utilidade. Quando um telefone desconectado na parede começa a tocar, Finney descobre que pode ouvir as vozes das vítimas anteriores do assassino. E eles estão determinados a garantir que o que aconteceu com eles não aconteça com Finney. Mas será que o jovem garoto conseguirá seguir as instruções dadas por aqueles que não conseguiram se libertar deste vilão quase intransponível?

O roteiro do filme é de Derrickson & C. Robert Cargill (que trabalhou em Doutor Estranho e a franquia A Entidade), baseado no conto premiado de Joe Hill, de seu best-seller do New York Times, Fantasmas do Século XX. O longa é produzido pela Derrickson & Cargill’s Crooked Highway e apresentado pela Universal e a quase onipresente Blumhouse. Jason Blum, Scott Derrickson e C. Robert Cargill são os produtores do filme, que conta ainda como produtores executivos Ryan Turek e Christopher H. Warner.

Em entrevista de outubro de 2021 ao site News.com, o diretor Scott Derrickson explicou que, para dar um toque mais real ao filme, se inspirou em acontecimentos de sua vida pessoal. Derrickson, que cresceu em Denver (a mesma cidade em que se passa o filme), contou que viveu situações traumatizantes e violentas como as apresentadas ao longo do filme:

Quando eu tinha oito anos, meu amigo bateu na minha porta e disse: ‘Alguém assassinou minha mãe.’ A mãe do meu amigo ao lado foi assassinada. E havia muita violência doméstica, mesmo na minha própria casa e nas casas de muitas dessas crianças que eu conhecia. Foi também logo depois que Ted Bundy passou pelo Colorado, matando pessoas. E os assassinatos de Manson tinham acabado de acontecer.

O diretor destaca ainda que “The Black Phone é essencialmente sobre traumas de infância”. Acredite, isso fica mais que evidente! Ficou curioso? Assista o trailer aqui.

O elenco traz Mason Thames, Madeleine McGraw, Ethan Hawke, Jeremy Davies, E. Roger Mitchell, Troy Rudeseal, James Ransone e Miguel Cazarez Mora.