Veja bem… Se relações homo afetivas mesmo hoje ainda chamam atenção de boa parte da população (não apenas dos religiosos propriamente ditos), quem dirá a mais de um século atrás. Relacionamentos assim eram sinônimo de promiscuidade, heresia, pecado e um desrespeito a Deus.
O longa estadunidense de 2021 “The Last Thing Mary Saw” vai exatamente nessa direção, bebendo da fonte dos acontecimentos que, historicamente sabemos que ocorrem em diversas partes do mundo, em diversos momentos de nossa civilização. A incompreenção pelo que não se sabe já matou milhares talvez milhões. Com boas atuações, a começar por Isabelle Fuhrman (mais notadamente conhecida por encarnar “a orfã”, no longa de mesmo nome), o clima de suspense/terror consegue segurar nossa atenção, mesmo com seu pouco tempo de tela. O trailer pode ser visto aqui.
A trama se passa em Southold, Nova York em 1843. A jovem Mary (Stefanie Scott), com sangue escorrendo por trás da venda amarrada em seus olhos, é interrogada sobre os eventos que cercam a morte de sua avó. À medida que a história volta no tempo, testemunhamos Mary, criada em uma família repressivamente religiosa, encontrando uma felicidade fugaz nos braços de Eleanor (Isabelle Fuhrman), a empregada da casa. Sua família, que acredita estar vendo, falando e agindo em nome de Deus, vê o relacionamento das meninas como uma abominação a ser tratada com a maior severidade possível. O casal tenta continuar em segredo, mas alguém está sempre observando, ou ouvindo, e o preço do pecado percebido ameaça se tornar a morte, com a tensão apenas aumentada pela chegada de um estranho enigmático (Rory Culkin) e a revelação de misteriosas forças.
Edoardo Vitaletti é o responsável pela direção, além de assinar o roteiro. O elenco traz Rory Culkin, Isabelle Fuhrman, Stefanie Scott, Carolyn McCormick, Judith Roberts, Shane Coffey, Michael Laurence, Dawn McGee, P.J. Sosko e Tommy Buck.