A minissérie (ou série – a Disney / Marvel parece que ainda não decidiram) vem apresentar um pouco mais sobre a personagem Wanda e, apesar do título levar o nome de outro personagem – o ‘Visão’, portador de uma das jóias do infinito – não tem como foco principal este segundo. Na verdade, Visão está ali, mas como um ‘complemento’ de Wanda. Pelo menos esta é a impressão que o roteiro dos poucos episódios insiste em passar. Confesso que achei que teria um pouco mais das “raízes” que originaram o Visão, mas não. O foco é em Wanda e pronto. Mas tal medida – apresentar de uma forma mais profunda esta personagem e suas habilidades – era fundamental neste momento do Universo Marvel. Isso porque Wanda / Feiticeira Escarlate é peça fundamental no enredo de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, lançado em Maio de 2022.
Dividida em 9 episódios, a produção estadunidense é baseada nos personagens Wanda Maximoff / Feiticeira Escarlate e Visão, da Marvel Comics. Foi criada por Jacc Schaeffer e dirigida por Matt Shakman. Como algumas produções da Disney / Marcel, foi lançada semanalmente entre 15 de janeiro e 5 de março de 2021, dando início à fase 4 do UCM.
Até que pondo o que queremos que seja realidade pode ser, de fato, realidade. Para que tenhamos “o nosso próprio mundo”, estaremos dispostos a abrir mão de determinadas coisas? Será que, enquanto humanos, conseguimos nos amadurecer o suficiente para entender que o nosso umbigo não é o centro do universo? Complicado, não? Pois a premissa de WandaVision é essa. O não-querer abrir mão do nosso próprio desejo e o consequente detrimento do desejo dos demais.
Neste contexto, encontramos um “mundo cor de rosa” (ou em preto-e-branco) idealizado por Wanda para que tenha lá, tudo que ela deseja, do jeito que deseja, controlado como ela bem lhe convém. Será que isso é algo passível de punição? Será que todos nós já não sonhamos em ter tal poder? Colocar tudo sob o nosso controle, incluindo outras pessoas e realidades? Claro que, ao escolher usar um poder como esse, existem as consequências e, de novo, surge a questão: será que estamos preparados para estas consequências ou simplesmente ignoramos, deixando de lado o que de ruim pode ocorrer, e passamos por cima de tudo e todos? Bem humano, não?!
Claro, pra contar todo esse drama, o enredo se utiliza de uma narrativa muito divertida, brincando com tempos, história e cultura. Muito criativa, a trama vai se desdobrando em novas histórias até que atinge-se o ápice. Não que as questões ligadas ao multiverso tenham começado aqui em WandaVision, mas certamente tomam um corpo muito mais substancial, explicações mais claros, seguidas de inúmeros “porquês”.
A história se passa três semanas após os eventos de Vingadores: Ultimato (2019). Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany) estão vivendo uma vida suburbana idílica na cidade de Westview, no estado de New Jersey, tentando esconder suas verdadeiras identidades e seus poderes. Mas eles logo começa a suspeitar que nem tudo está tão dando tão certo assim. Eles se encontram, na verdade, dentro de uma constante sitcom, que vai desde a década de 50 até os dias de hoje. Conforme o tempo passa, Wanda e Visão perdem o controle da situação, sem saber ao certo o que é real e o que é ficção. Eles ficam presos em um eterno vai e vem: da Era de Ouro da TV nos EUA, com imagens em preto e branco, ao presente – e vice-versa.
O elenco traz Elizabeth Olsen, Paul Bettany, Debra Jo Rupp, Fred Melamed, Kathryn Hahn, Teyonah Parris, Randall Park, Kat Dennings, Evan Peters, Asif Ali, David Lengel, Amos Glick, Ithamar Enriquez, Victoria Blade, Emma Caulfield Ford, Jolene Purdy e David Payton.
WandaVision está disponível no serviço Disney+. O trailer pode ser visto aqui.